Às mães amigas e leitoras do Prosa, um grande abraço e sinceros parabéns pelo seu dia.
Lembrando
Dona Inês, minha mãe...
Neste
domingo, festejamos o Dia das Mães.
Portanto,
a data é de carinho e, para mim. de muita saudade. Uma saudade doce, serena, como
serenos foram seus passos pela vida. E fico aqui me lembrando de
tantos aniversários dela, de tantos outros Dias das Mães, desde minha meninice, quando fazíamos
lembrancinhas na escola para oferecer as mães, cartões, flores de
papel, fosse lá o que fosse, e que ela recebia como se fora um
diamante raro. Abria aquele sorriso doce, seus olhos se iluminavam e
num abraço cheio de carinho dizia um muito obrigada que vinha da
alma, como naquela vez em que, teria eu talvez doze anos, não sei
bem, era Dia das Mães, e com a ajuda de minha professora, pintei uma
flor num azulejo (ficou horrível!... rs), mas ela adorou e guardou-o
por muito tempo, e por muito tempo aquele horror ficou pendurado na
parede... Ela dizia que era lindo!... Coisa de mãe!
Depois,
já maiorzinha, contava com a ajuda de meu pai para financiar o
presente e lá ia eu na lojinha do Seu Chico, lá na Caetano Pinto,
comprar uma lembrancinha pra ela, um lenço, uns panos de copa,
qualquer coisa de mais bonitinho que ele tivesse. Depois que comecei
a trabalhar, ai tirei a forra, e comprava o que ela precisasse, o que
gostasse, mas nunca vi diferença na forma de receber os presentes.
Sempre deu a impressão de que estava recebendo o melhor presente do
mundo.
Minha
mãe era uma mulher linda, cabelos negros, olhos verdes, feições
finas, modos delicados, sempre serena, contida, e nem a passagem dos
anos conseguiu mudar isso. Mesmo no final de sua caminhada, já presa
ao leito, com momentos de não reconhecer nada nem ninguém, ainda
conservava sua delicadeza, ainda falava baixo, ainda sorria
docemente...
E
hoje estou aqui, olhando suas fotos em meus arquivos, falando um
pouquinho sobre ela e voltando ao passado, em flashes, em momentos...
Uma almoço de domingo, quando ela se esmerava na cozinha e nos
deliciava com seus pratos variados, sentada a maquina de costura
consertando ou costurando alguma roupa, a tarde, sempre com as mãos
ocupadas num crochê ou num tricô – fazia meias de lã
maravilhosas, sem emendas nem costuras, com cinco agulhas, meias que
aqueciam nossos pés nos frios invernos paulistanos, sentada ao lado
de meu pai, conversando, ouvindo-o contar seus casos, sempre
atenciosa,... Desvelava-se com os netos, amava os sobrinhos, vivia
para os filhos. E deixou em nós uma doce saudade, uma amável
lembrança.
Saudade
que aquece meu coração e que me permite dizer obrigada a Deus, à vida, por terem-me permitido te-la como mãe...