floquinhos

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Mudam as estações, mudam os homens...


E lá vai o inverno, lentamente, fazendo as malas para a partida... E lá vem chegando a primavera, cheia de cores e suaves odores, trazendo consigo a esperança de dias iluminados, de corações abertos para o amor... É bem verdade que, por aqui, as estações andam se misturando, trocando papéis, num ora frio, ora calor, com dias de muita chuva e dias de forte estiagem se intercalando, numa mescla de incertezas climáticas a confundir todos nós. As primaveras já não são amenas e luminosas como as de antigamente.
Mas o que foi que permaneceu igual? Absolutamente nada!  Em minhas tantas décadas de vida tenho acompanhado tantas mudanças! Tecnológicas e sociais. Comportamentos inadmissíveis de antanho (eta palavrinha antiga!) são regras comuns hoje em dia. E é preciso que se acompanhe essas mudanças ou acaba-se ficando às margens da nova cultura de cada povo. Mas é preciso ressaltar que acompanhar não significa aderir e nem mesmo conseguir entender, já que os valores vão se tornando tão diferentes que não é nada fácil assimilá-los, pelo menos para quem, como eu, vem de outra forma de comportamento, de outra maneira de encarar a vida. 
A primeira atitude, quase sempre, é ir-se  fazendo um  julgamento segundo os nossos valores e, desse jeito, vai ficando cada vez mais difícil aceitar de bom grado os costumes de hoje, as formas de comportamento das pessoas, o desrespeito que grassa em quase todos os setores, Na verdade, certas coisas são mesmo inaceitáveis. Como admitir alunos enfrentando e ameaçando professores em uma sala de aula? Como admitir pais tornando-se quase escravos de seus próprios filhos, tratados com desrespeito e ingratidão por tudo o que recebem? Dizem que cada pai tem o filho que criou... Acho que concordo bem com isso.
O futuro dessas novas gerações, o caminho que elas abrirão, como serão? Será que a paz e a harmonia conseguirão envolver novamente as famílias, dando a cada um de seus membros a chance de nelas encontrar um porto seguro, como nós, os mais antigos, encontrávamos? E essa violência urbana que tanto nos intimida, assusta, aonde será que vai parar? Será que o nosso Brasil conseguirá um dia voltar aos trilhos para um novo caminho sem tanta corrupção e falcatruas, sem tanto descaso dos governantes para com a população, voltando a ter boas escolas para encaminhar suas crianças, um melhor serviço de saúde que ampare sua gente? Será que a integridade que hoje é apanágio de poucos vai finalmente ser atributo de todos?  Ou, pelo menos, de muitos? Tomara!!!

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Numa segunda-feira iluminada...


A segunda-feira amanheceu tão linda, clara, ensolarada, com um imenso céu de brigadeiro, que até me pergunto se estamos mesmo nesta minha querida e tão sofrida cidade... Passo pela sala e, através dos vidros da porta do terraço, vejo um beija-flor sugando o néctar do bebedouro colocado por sobre os vasos das roseiras e não posso deixar de pensar que, como os homens, os animaizinhos também procuram sempre o melhor caminho, o jeitinho mais fácil de atingirem seus objetivos, de satisfazerem suas necessidades... Porque estou dizendo  isso? Ora, como seu próprio nome indica, os beija-flores alimentam-se do néctar que, com seus longos bicos, extraem das flores, não é? É! Ou pelo menos deveria ser. Mas aqui no meu terraço, com tantas flores lindinhas e coloridas, as coisas são diferentes; eles nem as olham e vão direto para os bebedouros, atraídos pelo rosado e (imagino) delicioso néctar. Tão mais fácil!...
E, enquanto olho deliciada para aquela criaturinha aparentemente tão frágil, me dou conta de que aqueles dois pássaros grandes que, nem sei como, também atravessavam a rede de segurança do terraço para chegar aos bebedouros e sugar um pouco (aliás, um poucão) do néctar dos minúsculos beija-flores, já não aparecem há um bom tempo. Então, os pequeninos acabaram por expulsá-los de seu território? 
Eles tinham bem umas três vezes o tamanho do beija-flor, mas se, quando estivessem lá, chegasse um beija_flor, este os afugentaria rapidinho, voando sobre eles, ameaçando-os com aquele seu biquinho longo e fino que deveria perfurar seus desafetos, ainda que maiores e sempre em dupla. Moral da história? Tamanho não é documento (rs...) Na natureza, como acontece entre os homens, vence quem tem a melhor arma, seja ela física, como o bico de um inocente beija-flor, ou não...