floquinhos

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Num passeio pela cidade...

Num passeio pela Paulista, painéis e museu, árvores que se abraçam parecendo querer espantar uma possível solidão tão própria das grandes cidades.

Transeuntes mesclam-se às figuras estampadas no painel, integrando-os numa paisagem única.

Uma avenida dentro da Avenida

O entrelaçar das árvores

E no vão livre do MASP...

A tradicional Feira de Antiguidades.

Acho que a chuva roubou um pouco da esperada tranquilidade de uma tarde de sábado de um feriado prolongado, pois os restaurantes estavam cheios, as livrarias e os shoppings centers também.  E o trânsito não estava lá essas coisas. E no domingo à tarde, fomos a uma grande loja de lustres da Av. Consolação e tivemos espera até para entrar no estacionamento.  Parece que Sampa não vai nunca mais ficar tranquila, nem mesmo nos feriados prolongados...  

sexta-feira, 27 de abril de 2012

No entardecer de sexta-feira...


Uma sexta-feira com cara de sexta-feira, toda feia, molhada, tirando das pessoas até o prazer de antecipar o bom tempo que poderiam passar em viagens neste feriado prolongado. Eu, como não tenho planos para o final de semana, até gosto deste dia chuvarento, friozinho, pedindo aconchego. 
Hoje cedo fui ao Departamento da Polícia Federal para refazer meu passaporte, já que meu tempo de correr (ou devo dizer voar?)  para a companhia da filhota e dos kids já está chegando. E fiquei admirada com a rapidez com que consegui fazer tudo por lá. Dá última vez, foi um "perrengue"! Está certo que foi por ocasião da mudança dos passaportes verdes para os  azuis do CONESUL, mas foi estressante. Chovia gente pelo ladrão, filas enormes e só o privilégio de ser "velhinha" é que me permitiu uma espera menor, mesmo com tudo agendado pelo site da PF. Hoje não. Hoje foi chegar e ser atendida. E muito bem atendida, diga-se de passagem. Agora é começar a programar a viagem, talvez para o final de junho.
E como há sempre por lá uma porção de novidades, lugares a serem visitados e fotografados, o Prosa acaba ficando mais arreliento, bem mais ativo. Enquanto julho não chega, vamos caminhando por aqui entre os Poetas de Meu Coração e um momento aqui, outro ali, que despertem minha curiosidade, ou que eu imagine que os amigos do Prosa gostariam de ler.
Deixo aqui estas lindas  tulipas para enfeitar a noite de cada um de vocês e meus votos para  um ótimo final de semana.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Na solidão de Cecília Meireles


Solidão


Imensas noites de inverno
com frias montanhas mudas,
e o som negro mais eterno,
mais terrível, mais profundo.


Este rugido das águas
e essa tristeza sem forma
sobe rochas, desce fráguas,
vem para o mundo e retorna.


E a névoa desmancha os astros,
e o vento gira as areias:
nem pelo chão ficou rastros
nem, pelo silêncio, estrelas.


A noite fecha seus lábios
- terra e céu - guardando o nome.
E os seus longos sonhos sábios
geram a vida dos homens.


Geram os olhos incertos,
por onde descem os rios
que andam nos campos abertos
da claridade do dia.


(Cecília Meireles)

terça-feira, 24 de abril de 2012

Os aromas e os sabores do mundo...

(Um pedacinho do México, sem precisar atravessar fronteiras)

Viver numa cidade (muito) grande tem suas desvantagens, sim. Afinal você vive cercado de violência, sentindo grande insegurança, a vida é corrida, o trânsito caótico, as distâncias entre um ponto e outro são enormes, o que consome grande parte de seu dia se precisar vencê-las, a vida é mais cara, e uma série de outras coisas que mexem com seu bem estar, chegando mesmo a afetar seu sistema nervoso. Todo mundo sabe que viver em cidades como São Paulo e Rio não é lá muito fácil, sob esse aspecto. Mas cidades assim apresentam vantagens também, e muitas. Tantas que chega a compensar e a fazer com que as pessoas que nelas vivem não queiram deixá-las, na maioria das vezes.
Tais cidades oferecem a seus moradores, em contrapartida, o que há de melhor e mais avançado em ciência, tecnologia, cultura, lazer, com seus centros de pesquisas, centros médicos de primeira linha, as melhores escolas, desde o fundamental até ao universitário, museus, teatros, galerias de arte, cinemas, bares e restaurantes para todos os gostos e bolsos, e ao Rio acrescente-se ainda aquele cenário maravilhoso, aquelas praias de encantar o mundo. 
São Paulo tem sido conhecida como a capital mundial da gastronomia, pois você encontra nela todos os sabores do mundo, em forma de restaurantes típicos e temáticos. E um dos prazeres do paulistano, quando na cidade, é mesmo jantar em um bom restaurante, saborear uma intensa e bem dosada variedade de aromas. Se tiver curiosidade em conhecer um restaurante refinado ou uma cantina simples, é só procurar no guia gastronômico. O mesmo com bares e botecos, cada qual com seu público. 
Meu filho tem na gastronomia seu hobby, sua maneira de desanuviar os estresses de uma profissão desgastante, embora muitas vezes bem gratificante, e quando não está na cozinha aqui de casa entre panelas e "otras cositas mas", gosta de ir a restaurantes para descobrir novos sabores, ou simplesmente saborear a boa culinária, brasileira ou internacional.
Assim, no sábado fomos jantar num lindo restaurante marroquino, aqui mesmo na Vila Madalena. Desde a entrada, já nos sentimos em outro mundo, em outra cultura. Suas paredes forradas com panos coloridos, dando a ideia de uma tenda, com uma iluminação linda, multicolorida pelos lustres e arandelas de encher os olhos. A música no ar ajudava a transportar-nos para as longínquas areias do deserto,  a imaginar odaliscas ondulando sua sensualidade. Odaliscas que, a certo momento, adentram o salão para encantar os clientes com sua dança, com sua beleza. Uma viagem ao Marrocos, sem sair do bairro em que moramos...
E ontem, escolhemos um lindo restaurante mexicano. Entre uma decoração colorida e alegre, com bandeirolas, sombremos, quadros, num ambiente rústico, ao som dos sucessos que levaram o México a todos os cantos do mundo pela voz de seus cantores, no século passado, vozes que enchiam o ar daquela aconchegante sala, entre tacos e guacamoles, potes de pimentas, e a conhecida simpatia mexicana. o jantar transcorreu numa explosão de sabores fortes mas deliciosos.
Dois países diferentes, duas gastronomias diferentes, mas em ambos os restaurante, a mesma cordialidade, a mesma simpatia, a mesma explosão de aromas e sabores, a mesma sensação de prazer ao desfrutar da cultura de outros povos, sem nem mesmo precisar sair de nossa cidade...

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O melhor de um domingo cinzento...


E num domingo cinzento como o de ontem, tem coisa melhor para se fazer do que gastar um tempo numa livraria? É bom demais! Por isso, lá pela tardinha, meu filho e minha nora, que tinham passado o dia aqui em casa, tornaram irrecusável o convite para irmos todos até a Livraria Cultura lá no Shopping Villa Lobos.
E nem foi preciso andar muito entre suas imensas dependências para encontrar mais um livro de Drummond, uma nova edição de um livro do Eça, um livro que ainda não tinha do Mário de Andrade, uma biografia re-editada de Graciliano Ramos escrita por seu filho e um romance de um autor português que não conhecia, José Luis Peixoto... Que venham pois as tardes nevoentas de quase inverno; já tenho como enfrentá-las (ou quase);


E do livro de Drummond - As impurezas do branco - escolhi um poema para vocês, queridos amigos e leitores do Prosa:

AMOR E SEU TEMPO


Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.


É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado, 
que, decifrado, nada mais existe


valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.


Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.


(Carlos Drummond de Andrade)

domingo, 22 de abril de 2012

A chuva, o tédio, a alma...


O domingo chegou enfarruscado, cinzento, molhado, e a alma, hoje, acordou em tédio. Sem saber como estava a vida lá fora, abri a janela na esperança de ver um céu azul, uma cidade preguiçosa, porque é domingo, mas toda banhada de luz. Porque não há tédio que resista a uma linda, ensolarada manhã de domingo... Mas, como já disse, o domingo também era só tédio. Aí lembrei-me de uns versos de Quintana, que dizem:

"No céu é sempre domingo. E a gente não tem outra coisa a fazer senão ouvir os chatos. E lá é ainda pior que aqui, pois se trata dos chatos de todas as épocas do mundo..."


E, diante da irreverência do Poeta, lá se foi o meu tédio, levado pelo vento frio que, entrando pela janela, agitou a cortina suavemente, num gracioso movimento que enfeitou a vida.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Hoje é dia de Drummond...

Digam-me, meus amigos, quem além de Drummond transformaria em versos o prosáico (embora maravilhoso) prazer de chupar uma laranja?...



CHUPAR LARANJA


A laranja, prazer dourado.
A laranja, prazer redondo.
A laranja, prazer fechado.
A laranja, prazer da faca.


Ou canivete. Cada golpe
anuncia: já se aproxima
o íntimo prazer da laranja,
que não se dá sem sacrifício.


A laranja não se espedace,
para mais intenso prazer.
A laranja fique redonda, 
mesmo sem casca: esfera nívea.


Então corte rápido a lâmina
um dos polos; a mão aperte,
e a boca sorverá, sensual, 
a líquida alma da laranja.


Quem foi que, anônimo, inventou
o prazer de chupar laranja
em forma global de mamucha?
Gerações antigas sorriem
neste mestrado de volúpia.


(Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Nos doces caminhos da Poesia...



Hoje, no Prosa, a  alma apaixonada de Florbela Espanca, uma mulher intensa, toda paixão, toda amor....


Meu amor


De ti, somente um nome sei, Amor.
É pouco, é muito pouco e é bastante
Para que esta paixão doida e constante
Dia após dia cresça com vigor!


Como de um sonho vago e sem fervor
Nasce assim uma paixão tão inquietante!
Meu doido coração, triste e amante
Como tu busca o ideal na dor!


Isto era só quimera, fantasia,
Mágoa de sonho que se esvai num dia,
Perfume leve dum rosal do céu...


Paixão ardente, louca, isto é agora,
Vulcão que vai crescendo hora por hora...
O meu amor, que imenso amor o meu!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Então... O Prosa é só poesia...



E poesia de Fernando Pessoa, para adoçar sua tarde...


Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê, quando se abre a janela.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sempre temos os versos...


Pois é, meus amigos, o Prosa anda cheio de preguiça, com aquela vontadinha de ficar calado, na maior falta de assunto... Ainda outro dia, minha amiga Pitanga Doce me perguntou se eu havia me dado conta do marasmo que anda rondando grande parte dos blogs e eu disse que sim, que já havia notado isso, inclusive com referência aos meus Prosa e Cidades. Podemos até dizer que deve ser uma fase, ou talvez, quem sabe(?), apenas um cansaço passageiro, o que seria contornado com sairmos em busca de novos assuntos... Mas, que assuntos? A vida lá fora anda a cada dia mais difícil e mais sem graça, cheia de incertezas e insegurança, E, mesmo que não possamos ignorar esse fatos, nossos leitores não são obrigados a se entristecerem com os acontecimentos que enfeiam nosso dia a dia. 
Ao mesmo tempo, não teria graça nenhuma ver um blog metido a literário falar de culinária, ou pior ainda, vê-lo transformado num "mexericos da Candinha", mesmo porque, este último pode ser encontrado, por quem goste, nos blogs sobre TV e cinema, prata da casa quando se trata da sétima arte.
Também não consigo ver o Prosa apresentando receitas de crochê - embora o crochê sempre tenha feito parte de meus dias de ócio - ou falando de culinária - mesmo que aqui em casa, os finais de semana sejam consumidos em grande parte na cozinha, ao lado do filhote, que tem na gastronomia seu hobby favorito não  perdendo nem para a música (e devo confidenciar que ele só cozinha com um lindo fundo musical, unindo assim duas de suas três maiores paixões). 
O Prosa é o Prosa, ora!... E só consegue sobreviver entre a prosa e o verso. Verso é fácil, temos tantos poetas maravilhosos em nossa língua portuguesa, não é mesmo? Agora... Prosa?... Bom, prosa vai depender mesmo da inspiração desta velha amiga e, meus amores e meus amigos, essa tal de inspiração continua brigada comigo... rs... 
Por isso, se vocês notarem que o Prosa vai ficando muito mais tempo em versos, sejam pacientes com ele, por favor... A prosa vai se achegar aos poucos, na medida em que a vida  se abra um pouco mais para o belo, na medida em que a inspiração resolva fazer as pazes comigo...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Por quê?... Por quem?...


Versos Brancos

(Guilherme de Almeida)

Uma fina saudade vai varando
a quietude cansada do meu tédio. 
Mas saudade do quê? de quem?...


Os dias
são bolas de cristal, azuis, polidas,
lisas, sem uma aresta traiçoeira
em que venha prender-se e estraçalhar-se
o véu de um pensamento de outros tempos,
sem nem o esconderijo de uma nuvem
onde fique o olhar longo de outrora
olhando para as cinzas deste instante,
nem uma sombra forte em que se oculte
um pedaço perdido do passado...
Tudo em torno de mim é luminoso,
alto e macio, deslizante e lindo,
tudo é apenas um lúcido presente:
é a negação perfeita da saudade...


E no entanto - por quê? por quem?... - eu vejo
e ouço passar na terra a minha vida
cantando uma cantiga vagarosa
de água que leva flores na descida...

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Para os kids, com carinho...

(Por sobre o ombro da Presidente Dilma, marcado por um cículo verde e amarelo, o sorriso do Alexander)

Pode até parecer curioso, mas é público e notório que quando nos ausentamos de nossa terra, o amor e o orgulho que  sentimos por ela ficam acirrados. E não poderia ser diferente com o pessoal que forma a maior colônia brasileira nos Estados Unidos, lá no Estado de Massachusetts, formada, sim,  por pessoas de todos os níveis sociais, porém, em sua quase maioria por pessoas  simples, que vão buscar um destino melhor, uma melhor qualidade de vida para si e para seus filhos.
Isso é tão verdadeiro que um pessoal, na cidade de Everet resolveu, há  10 anos, abrir uma escola de alfabetização para crianças brasileiras, ou filhas de brasileiros, onde o amor ao Brasil também fosse cultivado com muito carinho. É justamente lá, na "Escola de Português Caminho do Saber", que os meus kids estão estudando e aprendendo coisas sobre um país que também é deles, visto que ambos tem também a cidadania brasileira.

E, como os leitores do Prosa também devem saber, a Presidente Dilma esteve esta semana em missão oficial lá pelas terras de Tio Sam e, depois de cumprir sua agenda em Washington, foi a Boston e depois a Cambridge para pelestras em Harvard e no MIT. E, quando chegou aos jardins do Palácio do Governo em Boston, foi recebida por um coro de crianças das escolas de português de Everet e de Somerville, entoando os hinos nacionais do Brasil e dos Estados Unidos, com aquele clássico "agitar bandeirinhas" dos dois países. E, claro que os kids lá estavam, empolgados, participando de uma cerimôria que os fez sentirem-se mais brasileiros ainda. E fizeram questão de mandar para a vovó a foto onde o Alexander  aparece, todo sorrisos.

E vão ficar muito prosas quando abrirem o blog da vovó, hoje (rs)...   My lovely kids, esta postagem de hoje  é para vocês, ok?



(clicar nas fotos para ampliar)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Jardim de vasos


Hoje foi dia de jardinagem aqui em casa... Mas uma jardinagem feita em vasos, visto que não se tendo quintal em apartamentos, só nos restam os vasos para enfeitar os  terraços. Vasos de todos os tamanhos, que abrigam (por enquanto) uma jabuticabeira e um pé de romã, várias roseiras,  azaleias, e uma porção de temperos, desde o cheiroso alecrim até o perfumado manjericão, passando pelas prosaicas salsa e cebolinha, dando um espacinho para a pimenta, o orégano e o coentro, sem esquecer da hortelã.
E lá esta o "Seu Zezinho" afofando a terra, molhando, tirando folhinhas amareladas, e... conversando com todas as plantinhas como se falasse com um filho pequeno, cheio de carinho... Parece que as almas dos jardineiros tem um quê de poesia, de ternura; trabalham sorrindo, às vezes cantando, como se cuidar desses pequenos milagres da natureza lhes lavasse a alma. Quase todos os que conheci em minha vida eram assim, de bem com o mundo.
Abençoados sejam, pois, os jardineiros de alma lavada, que espargem perfumes em nossas vidas  com suas flores e com o aroma dos temperos que eles tão bem sabem cuidar.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Uma conclusão...


"O tempo é o melhor autor; sempre encontra um final perfeito."

(Charles Chaplin)

sexta-feira, 6 de abril de 2012

FELIZ PÁSCOA



De Sua Tristeza e de Seu sorriso
(Gibran Khalil Gibran "Jesus, o filho do homem")


Sua cabeça mantinha-se sempre erguida, e a chama de Deus estava em Seus olhos.
Estava frequentemente triste, mas Sua tristeza era ternura manifestada àqueles que sofriam e camaradagem dada aos solitários.
Quando sorria, Seu sorriso era como a fome daqueles que anseiam pelo desconhecido, e como a poeira das estrelas caindo sobre as pálpebras das crianças. E era como um pedaço de pão na garganta.
Ele era triste, mas de uma tristeza que subia aos lábios e tornava-se um sorriso.
Era como um véu dourado na floresta quando o outono está sobre o mundo. E algumas vezes parecia com o luar nas margens do lago.
Sorria como se Seus lábios cantassem numa festa de bodas.
Todavia era triste, com a tristeza do ente alado que não ultrapassa no voo seu camarada.


O Prosa deseja a seus leitores e amigos uma 

FELIZ PÁSCOA, 

e que o sorriso Dele - como a poeira das estrelas caindo sobre as pálpebras das crianças -  possa pairar em seus corações...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Acontece!...



Há mais de meia hora 
Que estou sentado à secretária
Com o único intuito
De olhar para ela.
(Estes versos estão fora do meu rítmo.)
Tinteiro grande à frente.
Canetas com aparos novos à frente.
Mais para cá papel muito limpo.
Ao lado esquerdo um volume da "Enciclopédia Britânica".
Ao lado direito - 
Ah, ao lado direito
A faca de papel com que ontem
Não tive paciência para abrir completamente
O livro que me interessava e não lerei.


Quem pudesse sincronizar tudo isto!


(Fernando Pessoa em "Ficções do Interlúdio - Poesias de Álvaro de Campos")