floquinhos
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Porque nasci entre espelhos...
sábado, 29 de janeiro de 2011
Lágrimas turvam a vista...
O que dizem as flores?...
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
A Primavera chegará, mesmo que...
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Um passado que não passou...
Hibernando... Outra vez!...
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Para quem gosta de escrever, um convite...
Onde se acha a minha vida?...
Pergunto-te onde se acha a minha vida.
Em que dia fui eu. Que hora existiu formada
de uma verdade minha bem possuída
Vão-se as minhas perguntas aos depósitos do nada.
E a quem é que pergunto? Em quem penso, iludida
por esperanças hereditárias? E de cada
pergunta minha vai nascendo a sombra imensa
que envolve a posição dos olhos de quem pensa.
Já não sei mais a diferença
de ti, de mim, da coisa perguntada,
do silêncio da coisa irrespondida.
(Cecília Meireles)
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Uma inexplicável sensação de saudade...
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Amor com amor se paga?...
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Ao Alexander, com carinho...
domingo, 23 de janeiro de 2011
Poesia para uma manhã fria...
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...
nada, numa alegria atônita...
Aonde viessem pousar os passarinhos.
sábado, 22 de janeiro de 2011
O que não se perdeu...
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Numa fase meio sem graça...
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Na tarde que cai, Fernando Pessoa...
Caiu pela escada excessivamente abaixo.
Caiu das mãos da criada descuidada.
Caiu, fez-se em mais pedaços do que havia loiça no vaso.
Tenho mais sensações do que tinha quando me sentia eu.
Sou um espalhamento de cacos sobre um capacho por sacudir.
Os deuses que há debruçam-se do parapeito da escada.
E fitam os cacos que a criada deles fez de mim.
São tolerantes com ela.
O que era eu um vaso vazio?
Mas conscientes de si mesmos, não conscientes deles.
Sorriem tolerantes à criada involuntária.
Um caco brilha, virado do exterior lustroso, entre os astros.
A minha obra? A minha alma principal? A minha vida?
Um caco.
E os deuses olham-o especialmente, pois não sabem por que ficou ali.
A Foto do Dia (6)
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
It's snowing again...
Um futuro confiscado?...
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
A Foto do Dia (5)
Do azul dourado ao cinza chumbo...
domingo, 16 de janeiro de 2011
A foto do Dia (4)
sábado, 15 de janeiro de 2011
A Foto do Dia (3)
Para ouvir estrelas...
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso"! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora! "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las:
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
A Foto do Dia (2)
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Nosso primeiro dever seria...
A Foto do Dia (1)
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Cantigas...
Andorinha lá fora está dizendo:
— "Passei o dia à toa, à toa!"
Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!
Passei a vida à toa, à toa . . .
A snow storm... again...
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Soneto a quatro mãos
Tudo de amor que existe em mim foi dado
Tudo que fala em mim de amor foi dito
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.
Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.
Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.
Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.
Por aqui (ainda) alguns ecos do Natal...
domingo, 9 de janeiro de 2011
Há pessoas que...
sábado, 8 de janeiro de 2011
Em uma separação...
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Nas madrugadas do tempo...
Acordou com o barulho do vento que dançava entre os galhos ressequidos do bosque e, imaginando o frio que deveria estar fazendo lá fora, enrodilhou-se entre os lençóis, numa tentativa inútil de voltar a dormir. Era madrugada e ela sempre tivera um quezinho pelas madrugadas quando, a casa em silêncio e a cidade semiadormecida, davam-lhe a falsa sensação de que a paz reinava sobre o mundo, sobre os homens.
Sem conseguir voltar a dormir, saiu da cama e, apanhando o robe que repousava sobre a poltrona, envolvendo-se em seu aconchego, dirigiu-se até a janela. Ao abrir as cortinas deu com a beleza da neve caindo sobre o gramado, iluminada apenas pela fraca luz que vinha do poste de iluminação colocado quase em frente a casa.
E sem saber bem porque, viu-se em outra madrugada insone, diante de uma outra janela, depois de acordada pelo zunir do vento que corria por entre as casas daquela rua antiga, prenunciando uma tempestade de verão. Reviu-se jovem e cheia de sonhos, sem a menor consciência do que a esperava pelas esquinas do tempo, dos longos caminhos que ainda haveria de percorrer até chegar aquele momento.
Naquela outra madrugada, lágrimas escorriam-lhe pelo rosto, lavando-lhe a alma daquela tristeza que lhe parecia sem fim e que, a luz do tempo, demonstrou ser nada mais, nada menos, do que uma tempestade num copo d’água... Ah, as doces paixões da adolescência!... Ah, a primeira paixão, quase sempre não correspondida, quase sempre inesquecível... A imagem dele ainda bailava em sua mente, congelada pelo tempo, numa linda figura de príncipe encantado... Seus olhos castanhos, seu sorriso límpido de quem anda de bem com a vida, sua voz, seus cabelos, seu porte... Vindos através dos anos, rodopiavam em torno dela, revestindo-a de saudade... Saudade dele, dela, da juventude que um dia habitara aquele corpo alquebrado e que ficara lá longe, dos sonhos que a acalentaram, de tudo o que o tempo reteve em seus caminhares...
Sentindo o frio da madrugada, deixou a janela, sentou-se na poltrona, encolhida, cobrindo as pernas com uma manta e, antes de abrir o livro que a esperava sobre a mesinha lateral, ainda ficou uns minutos cogitando sobre o quão bom era sentir tão doce saudade... Tão bom ter tais momentos guardados dentro de si, mostrando que a vida foi vivida com intensidade, com paixões, com sonhos, com esperanças, com amor... Lembranças que mostravam claramente que valera a pena cada passo percorrido nesse longo caminhar... Que razão tinha nosso Fernando Pessoa ao afirmar que “tudo vale a pena se...”